Comportamento crítico do modelo de reação monômero-monômero com taxa de desorção

Flávio Roberto Rusch

O estudo das transições de fase em sistemas fora do equílibrio é uma área de interesse que vem crescendo de maneira progressiva nos últimos anos, devido a sua aplicação em sistemas complexos como: processo de contato, separação de fases e catálise heterogênea, entre outros. Um modelo de catálise heterogênea usado para estudar transições de fases é o modelo de reação monômero-monômero, descrito pela reação A + B = AB, ocorrendo em uma superfície catalítica. Esse modelo de catálise exibe uma transição de fases de primeira ordem em yB=1/2, onde yB representa a probabilidade de um monômero do tipo B chegar a rede. Para yB > 1/2 o sistema entra em um estado de rede saturada de monômeros do tipo B e para yB < 1/2 o sistema evolui para um estado de rede saturada com monômeros do tipo A. Somente para yB = 1/2 o sistema exibe um estado estacionário ativo no qual a reação A+B=AB sempre ocorre. Em 1992, Ezequiel Albano [Ezequiel V. Albano, Physical Review Letters {\bf 69}, 656 (1992)] estudou o comportamento crítico dinâmico deste modelo considerando a desorção dos monômeros B com probabilidade um e verificou que os expoentes críticos dinâmicos são diferentes daqueles da classe de universalidade da percolação dirigida. Estudamos, no presente trabalho, o comportamento crítico estático do modelo de reação de monômero-monômero A + B=AB numa superfície catalítica em uma dimensão e atribuímos ao monômero B uma taxa de desorção alfa. Usando a aproximação de sítios independentes e simulações de Monte Carlo verificamos uma mudança no tipo de transição, sendo agora uma transição contínua de um estado absorvente para um estado ativo, e que o ponto crítico yBc depende do valor de alfa.