Estrelas de quarks: condições de estabilidade e efeitos de campos magnéticos fortes
Débora P. Menezes
A influência de campos magnéticos fortes no diagrama de fases da QCD, cobrindo todo o plano $T-\mu$ foi investigada com a ajuda do modelo de Nambu--Jona-Lasinio (NJL) [1]. O segmento associado à linha de transição de primeira ordem aumenta em comprimento com o aumento da intensidade do campo magnético e a posição do ponto crítico final também é afetada pela presença do campo. Em temperaturas baixas, o potencial químico crítico exibe uma oscilação ao redor do ponto obtido com campo magnético nulo, entre intensidades que vão de $10^{17}-10^{20} \, {\rm G}$. Esses resultados geram consequências não triviais para a física dos magnetares.
Calculamos, então, as janelas de estabilidade [2] a temperaturas finitas para os dois modelos que mais costumam ser usados para descrever estrelas de quarks: o modelo de sacolas do MIT e o NJL [3]. A grandeza que precisa ser investigada na procura por matéria de quarks estável a temperatura finita é a energia livre por bárion e janelas de estabilidade até temperaturas de 40 MeV são obtidas e os efeitos de campos magnéticos avaliados.
Finalmente, escolhemos o modelo de sacolas do MIT para analisar estágios diferentes da evolução estelar de estrelas de quarks magnetizadas. Efeitos da anisotropia na pressão são incorporados [4]. Os primeiros estágios da evolução são simulados através da inclusão de neutrinos aprisionados e entropia fixa por partícula, enquanto no último estágio, a estrela está desleptonizada e fria. Além disso, efeitos do campos magnéticos fortes, medidos através da diferença entre as pressões paralelas e perpendiculares, são mais
pronunciados no começo da evolução estelar, quando há um número maior de quarks up e léptons carregados.
[1] S.S. Avancini, D.P. Menezes, M.B. Pinto and C. Providência, Phys. Rev. D 85,
091901(R) (2012).
[2] J.R. Torres and D.P.Menezes, Europhysics Letters, 101 (2013) 42003.
[3] J.R. Torres, V. Dexheimer and D.P. Menezes, arXiv:1303.5102[astro-ph.HE]
[4] V. Dexheimer, D.P. Menezes and M. Strickland, arXiv:1210.4526[nucl-th]; M. Strickland, V. Dexheimer and D.P. Menezes, Phys. Rev. D 86, 125032 (2012).